Uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para o desenvolvimento físico e psicológico dos mais pequenos. Garantir o seu bem-estar depende consideravelmente da sua nutrição pois é durante os primeiros anos de existência que o nosso organismo se desenvolve a vários níveis, sendo ainda mais relevante ter certos cuidados com a alimentação. O tipo de hábitos alimentares que proporciona ao seu filho vão influenciar o seu crescimento, a sua saúde e os comportamentos alimentares que este terá em idade adulta. Até aos 2 anos, o cérebro de um bebéconsome, sozinho, entre 50% e 75% de toda a energia adquirida por meio da nutrição. Ou seja, se a criança não estiver a receber os nutrientes necessários, está em risco de não desenvolver plenamente o campo cognitivo.
Os adultos (pais, avós, professores) desempenham um papel marcante na educação nutricional. Tal como acontece noutras áreas, os miúdos tendem a aprender com observação de comportamentos dos mais velhos e por isso é tão importante ensinar e ter esses hábitos desde muito cedo. Deste modo, existem várias estratégias que podem ser adotadas e que facilitam e proporcionam uma alimentação mais saudável num ambiente divertido e descontraído para toda a família. O paladar educa-se – aprender a apreciar sabores e texturas é um processo que demora. Por isso, quanto mais cedo começar, melhor. A introdução de frutas e legumes deve ser feita o quanto antes, já que são essenciais, quer pela riqueza em fibras, água, minerais e vitaminas (fundamentais para a construção de um organismo forte), quer para a consolidação de uma rotina alimentar saudável durante toda a vida.
Nunca se esqueça: a criança deve ser elogiada quando experimenta um alimento novo pois reage positivamente aos elogios e interpreta-os como um excelente incentivo para continuar a agradar aos pais e à família!
Proporcionar uma educação alimentar saudável desde cedo nem sempre é uma tarefa fácil, mas com carinho e afeto a refeição à mesa se torna um momento especial. É aconselhado que após a primeira recusa, por exemplo, de legumes, não se deve insistir de imediato, pois irá criar um ambiente negativo e tornar a aceitação ainda mais difícil. Confira aqui as nossas dicas para convencer o seu filho a ter uma alimentação saudável e completa:
É importante entender que a melhor forma de ensinar é dando o exemplo e mostrando como se faz. As crianças observam os comportamentos dos mais velhos e tendem a copiá-los. Por isso, de nada adianta tentar educar o paladar do seu filho se à hora da refeição não exemplificar. Os filhos costumam ter os pais como referência e modelo a ser seguido.
Por isso, avalie como anda sua alimentação. Tenha atenção ao que come à frente do seu filho. O seu prato também deve conter o que está a incentivar a criança a comer para estimulá-la. E não se esqueça de elogiar a refeição.
Incutir o hábito de comer a sopa no início das refeições é meio passo dado para que no futuro, mantenham esse costume e façam uma alimentação mais saudável. É uma boa forma de conseguir inserir várias hortícolas no mesmo prato de forma simples. Um dos truques para ajudar as crianças a comerem sopa é incluí-las no processo de confecção. Além da vertente pedagógica, isto possibilita que elas próprias sugiram as suas preferências na preparação.
Não esquecer que a primeira impressão que temos de um novo alimento é o seu aspeto. Torne a sopa mais apelativa para não afastar os mais pequenos deste prato – o ideal é dar preferência a receitas mais cremosas (passe os legumes inteiros) e escolher bem os sabores. Pode complementar com tostinhas ou croutons para ajudar a cativar os miúdos.
Diversificar as receitas ao longo da semana também é uma boa estratégia para ajudar as crianças a comer sopa. Repetir uma mesma sopa durante muitos dias pode levar os mais pequenos a enjoarem e consequentemente a rejeitá-la. Mas não precisa de preparar uma sopa nova todos os dias! Basta fazer 2 ou 3 receitas em grandes quantidades e congelar em porções, para ir variando.
Como foi mencionado antes, a primeira impressão que temos de um prato é o seu aspeto. Se o seu filho não gosta de cenoura em rodelas, experimente outra apresentação! Adira à moda de espiralizar e dê uma nova forma aos alimentos! Corte os vegetais (cenouras, ou courgette, por exemplo) em fatias muito fininhas e longas como se fosse esparguete. Faça um arroz de cenoura para ver se ele gosta mais do sabor.
A textura e a cor dos alimentos também influenciam no paladar. Invista num prato variado e colorido ou com a comida organizada de forma a fazer um desenho divertido, por exemplo, para estimular o apetite e a vontade da criança em comer tudo o que está ali. As frutas podem ser misturadas numa salada de frutas para disfarçar o sabor de uma menos apreciada.
Envolva as crianças na escolha, na preparação e na confecção dos alimentos. Ensine de onde vêm os produtos, onde os encontrar, observem e escolham os alimentos em conjunto. Enquanto o fazem, explique-lhe os benefícios de cada alimento. A Associação Portuguesa dos Nutricionistas sugere que se dê o exemplo de desenhos animados ou super-heróis, dizendo que, é por comerem bem que estes têm tanta força e saúde.
Uma das formas de fazer com que o seu filho se interesse pela comida é deixando que ele participe das escolhas e decisões que são tomadas pela família em relação aos alimentos. Levá-lo ao supermercado, deixar que ele segure a lista e que faça algumas escolhas pode fazer com que, na hora da refeição, ele queira experimentar o alimento que optou por comprar.
Na altura de cozinhar a refeição, deixe que o seu filho ajude a prepará-la, explicando-lhe quais os legumes que está a utilizar, porquê e como os deverá preparar. Ao envolver os miúdos na preparação, eles vão querer provar o que ajudaram a cozinhar.