Dietas da moda e o que dizem os especialistas

As dietas da moda estão na televisão, nas redes sociais, nas revistas, em todo o lado. Trazidas até nós por atores e influencers, parecem sempre uma ótima solução para perder peso.

Mas será que elas resultam mesmo? O que dizem os especialistas?

Muitas vezes as pessoas acabam por ser levadas pela expectativa de resultados rápidos e fáceis e submetem-se a regimes desequilibrados do ponto de vista nutritivo. “Os riscos e benefícios das dietas da moda dependem sempre do tipo de dieta em questão e de existir ou não acompanhamento de um nutricionista ou dietista.

Muitas das dietas ditas ‘da moda’ não são equilibradas do ponto de vista nutricional, revelando-se muito pouco eficazes a longo prazo pois não promovem a adoção de hábitos alimentares saudáveis”, alerta Ana Rita Lopes, coordenadora da Unidade de Nutrição Clínica do Hospital Lusíadas Lisboa, no site Lusiadas.pt

Se está a pensar começar uma dieta, descubra neste artigo se a que escolheu é a indicada para si e, antes de começar, marque uma consulta de aconselhamento com um nutricionista!

 

Jejum intermitente

O jejum intermitente é um padrão alimentar que consiste em fazer uma dieta normal durante um período definido do dia e nas restantes horas, jejuar .

Se há alguns anos existiam dúvidas sobre a eficácia e consequências para a saúde deste regime, atualmente a história é outra. Já se provaram vários benefícios e médicos e nutricionistas por todo o mundo defendem esta dieta.

O jejum intermitente, com hidratação adequada, é eficaz para perder massa gorda e aumentar rendimento físico no exercício de resistência cardiorrespiratória e provoca menos perda de massa isenta de gordura do que as dietas de restrição calórica, concluíram investigadores portugueses num estudo recente, que pode ser consultado na íntegra aqui. Até o vencedor do prémio Nobel da Medicina de 2016, o japonês Yoshinori Ohsumi, veio mostrar como as células sobrevivem em períodos de jejum e infeções na sua investigação.

Para atingir resultados como jejum intermitente, deve-se começar por ficar sem comer por 14 ou 16 horas, podendo ingerir líquidos durante esse período (água, chá e café sem açúcar). Nas restantes horas do dia, pode fazer uma alimentação normal, sem contenções.

 

Dieta Mediterrânica

Classificada como Património Mundial e Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2013, a Dieta Mediterrânica é um dos regimes alimentares mais saudáveis do mundo. Mais do que uma dieta, é um modo de viver, típico de alguns países da região do Mediterrâneo, em que se utilizam os produtos frescos, locais e sazonais e se passam técnicas e tradições de geração em geração. Este regime é caracterizado por uma grande quantidade de alimentos de origem vegetal, como pão, massa, arroz, legumes e fruta, pela utilização de azeite como principal fonte de gordura e pelo consumo equilibrado de peixe, carnes brancas, laticínios e ovos (a carne vermelha deve ser consumida no máximo uma vez por semana). A água é a bebida de eleição durante o dia e o vinho deve-se consumir moderadamente à refeição.

Aliados à alimentação, são promovidos hábitos saudáveis como um estilo de vida ativo – prática regular de exercício físico e um sono e descanso adequados.

Falando dos benefícios para a nossa saúde, um fisiologista norte-americano, Ancel Keys, e a sua equipa internacional de investigadores estabeleceram o conceito médico e nutricional da “Dieta Mediterrânica” na década de 50 do século XX. Keys confirmou a importância para a saúde humana dos baixos níveis de colesterol no sangue, do estilo de vida ativo, do modelo alimentar e da socialização.

No seu estudo, foi relatada, em populações residentes na bacia do Mediterrâneo que tinham um certo tipo de hábitos alimentares, uma menor prevalência de doenças cardíacas e uma maior longevidade.

A prevenção de diabetes, AVC e vários tipos de cancro e os excelentes resultados obtidos com os alimentos mediterrânicos fazem parte de uma vasta bibliografia médica. A Organização Mundial de Saúde reconheceu nos anos 90 do século XX a Dieta Mediterrânica como um modelo alimentar quintessencial.

Este regime ganhou, pelo quarto ano consecutivo, a medalha de ouro de 2021 de melhor dieta, segundo o ranking anual divulgado pela revista “US News & World Report”.

 

Dieta Detox

Aconselhada a quem quer fazer uma limpeza ao seu organismo, a dieta Detox é recomendada para eliminar as toxinas adquiridas durante épocas festivas (Natal, férias) e eventos em que geralmente excessos são cometidos devido ao elevado consumo de bebidas alcoólicas e preparações calóricas – casamentos e festas. Segundo a especialista Iara Rodrigues, este tipo de regime consiste em “transformar e eliminar as toxinas acumuladas no organismo e fornecer os nutrientes necessários para melhorar energia, bem-estar e saúde”. Apesar de o nosso corpo estar preparado para eliminar estas toxinas, tal não acontece ao mesmo ritmo que as consumimos, especialmente nas ocasiões especiais.

Esta dieta tem uma duração variada, dependendo do nível de limpeza que se pretende. Pode durar entre 1 a 7 dias.

No site da CUF podemos ler que “a dieta detox consiste no aumento da ingestão de líquidos e na ingestão de alimentos depurativos, que promovem a excreção urinária. Uma alimentação maioritariamente líquida faz com que o sistema digestivo possa fazer uma pausa, que a energia seja direcionada para outras funções e que, no futuro, o sistema digestivo possa absorver melhor os nutrientes.”

Normalmente a dieta detox é feita à base de sopas, sumos ou batidos. Algumas das vantagens deste regime são: o aumento dos nutrientes no organismo, diminuição de dores de cabeça e enxaquecas, melhoria da qualidade do sono e redução da celulite.

No entanto, uma mudança radical na alimentação tem sempre contras: diarreia, prisão de ventre, fraqueza ou tonturas, picos de fome, dores no corpo e variações de humor.

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